A forma de fazer TV mudou. Da mesma maneira, as novas tecnologias trouxeram novas formas de o público assistir às programações na telinha e a busca por conteúdos mais diversos tem sido uma constante entre muitas emissoras. Para debater as possibilidades de veiculação de conteúdo independente na TV Digital, a Ocupação Afro Futurista promoveu, na noite de quarta-feira, 10, o painel “TV Digital e produtores independentes: Um diálogo possível?”. Essa foi uma das atividades do evento, que aconteceu entre terça, 8, e sexta-feira, 11, na Estação da Lapa
Na mesa, estavam representantes da TV Bahia, TVE e da TV Kirimurê. A mediação foi do diretor da TV Correio Nagô, Rosalvo Neto. Janaína Rocha, da TVE, destacou que há demanda dos dois lados, tanto das TVs, que buscam novos conteúdos, quanto dos produtores independentes, que buscam espaços para disseminar seus materiais. Ela falou do edital Bahia na Tela, que busca, justamente, atender a essas demandas, disponibilizando recursos para que produtoras baianas desenvolvam conteúdos que possam ser veiculados na TVE.
Susana Lima, da TV Bahia, falou das inúmeras possibilidades de veiculação de conteúdo graças às novas tecnologias. Ela destacou que a TVBahia está sempre aberta a sugestões de pauta e envio de materiais para seus telejornais, como fotos e vídeos. Além disso, Susana afirmou que os novos paradigmas fazem com que as produções busquem atender às novas formas de se assistir TV. “A Rede Globo está com um projeto realizado por uma produtora independente, que será lançado primeiro na plataforma do site GShow, para depois ser exibida na TV”, relatou.
Já a representante da TV Kirimurê, Carla Almeida, ressaltou a importância de dar voz a conteúdos independentes, principalmente àqueles que possam reforçar questões identitárias e culturais. “Estamos sempre abertos ao diálogo e contribuir para a expansão desses conteúdos. O papel da TV é também de cidadania”, afirmou.
Organizador do evento, o cofundador da Vale do Dendê, Rosenildo Ferreira, destacou que a Ocupação Afro Futurista não poderia ser realizado em um local mais icônico. “Salvador passa pela Estação da Lapa. É um lugar onde a diversidade se encontra e, atualmente, á uma das representações do processo de revitalização dessa cidade. Por isso, não há lugar mais icônico para fazer um evento como esse, para debater sociedade, cidadania e novas tecnologias”.
Após um dia inteiro de programação, as atividades sempre foram encerradas com atrações musicais
O eventoé uma iniciativa fruto da parceria entre a Aceleradora Vale do Dendê e do Instituto Mídia Étnica (IME), com patrocínio da organização Seja Digital, para encontros, debates e palestras com representantes nacionais e internacionais das ciências, tecnologia, negócios e artes.
Com ampla programação para os quatro dias, a Ocupação Afro Futurista surgiu em meio a um processo de fortalecimento do ecossistema de inovação da cidade. “Ao contrário de eventos convencionais de tecnologia e inovação, vamos lançar luzes sobre o trabalho de makers e artistas que atuam nas periferias de grandes cidades, em um local muito importante de Salvador”, destaca Paulo Rogério Nunes, cofundador da Aceleradora Vale do Dendê.